AINDA HÁ
Amigo,
Toma minha mão como um laço suave de irmão e vem comigo
Vamos semear mais flores, plantar gardênias, expandir sementes pelos campos
Abrandar as raízes que correm por dentro da terra
E então quem sabe, alguém e tantos, atravessar relvas de açucenas
Vamos debruçar o olhar nas águas delicadas dos rios
Sentir o aroma dos pinheiros flutuantes, destemidos
E resguardar cada movimento como música e silêncio
Vamos também seguir por caminhos abertos a vigília e escuta
Atentar para o pranto do amigo desconhecido
Acolher pensamentos mergulhados no deserto esquecido
E resgatar corações feridos, debruçados no esmo da solidão
O tempo logo se vai
Mais ainda há sonhos em semblantes vazios
Ainda há mãos que aguardam afagos
Ainda há doçura em olhos que esperam
Ainda há esperança nas lágrimas que deslizam
Ainda há uma direção entre caminhos cinzentos
Ainda há sinais de triunfo entre quedas e quedas
E ainda há o brado do recomeço
Vamos seguir juntos
Porque dois seremos mais e unidos seremos muitos.
Autor: Maria Ivete Ramos Cardoso
Enviada em: 18/10/2007
Cidade: Rio de Janeiro - Estado: RJ
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