Átimo
As nuvens fecharam o céu sob o infinito
Meus sentimentos esbarraram no teto de água
Os urubus rondam em círculos os meus pensamentos
Um rio de vento levou meus desejos por sobre as antenas de TV
Meu coração abraçou o planeta sob o som de Lupicínio que rolava no canto de um prédio
Minha alma estava rediviva, mais forte que o trovão, mais rápida que o raio, mais branca que a luz e mais viva que a água brotada da fonte
Corri por meus olhos toda imensidão do chão
E me atinei que no átimo estava salvo do tempo
As nuvens se compactuaram em nimbos precipitando águas por toda árida terra
E lavaram minhas magoas, fazendo brotar em minh’alma a esperança na renovação
Luminosa do Sol.
Geraldo Nogueira
E-mail: gnogue@terra.com.br
Enviada em 23 de julho de 2005