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Rapidinhas do Mensalão - Parte 8
Alguma coisa...
Foto: Dida Sampaio / AE
Delúbio Soares, em seu primeiro depoimento à CPI dos Correios.
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...mudou.
Foto: Edson Santos / Ag Câmara
Três meses depois, na CPI do Mensalão.
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CPI do Mensalão - quinta-feira, 18 de agosto
Tesoureiro ruim na matemática e no português
Para quem acha que Delúbio Soares decepcionou em seu depoimento porque, sendo matemático, não consegue se lembrar de números, pior é sua performance na língua portuguesa. Em depoimento à CPI do Mensalão, cada 10 frases de Delúbio tinham 10 erros de concordância verbal. As maiores surpresas, reveladas em seu depoimento, eram quando ele acertava uma concordância verbal. "As pendências que 'tinha' que ser pagas..." (uma das pérolas de Delúbio).
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Amigos para sempre...
O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores continua querendo convencer que os empréstimos levantados por Marcos Valério, para o PT, foram feitos por amizade.
...mas, "no mucho"
Valério já entrou com processo para receber os milhões emprestados ao PT. Segundo divulgado na imprensa, a dívida passa de 90 milhões, com os juros.
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Delúbio usou e abusou do direito de irratar os palamentares que, em nome do decoro, não soltaram cobras e lagartos. Se tiveram vontade? Ah! Isso tiveram.
Quando indagado sobre nomes, Delúbio fazia de tudo para não citá-los. Repetia que os acordos eram com os partidos. O relator, irritado, lembrou-o de que partidos são compostos por pessoas, mas Delúbio continuou se esquivando, mais escorregadio que páu-de-sebo. Em várias perguntas conclamava respostas dadas por outros depoentes. Foi repreendido, mas estava muito bem "untado".
Qualquer que fosse a pergunta relacionada a valores, o professor de matemática e "ex-tesoureiro" repetia: "Não estou certo.", ou "Não me lembro." Decididamente, Delúbio não é bom com números.
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Siga-me, se for capaz.
Várias vezes Delúbio foi repreendido se esquivar das perguntas, sempre dando respostas longas e sem objetividade. Quando era pressionado dava voltas, e mais voltas. Suas respostas percorriam caminhos tortuosos que não levavam em lugar algum. A não ser em interrupção do inquérito e aos bate-bocas, por causar irritação aos parlamentares.
A pergunta sobre o dinheiro repassado à Zilmar (sócia de Valério) provocou o maior dos tumultos, e até a interrupção do depoimento. Tudo em vão, a pergunta ficou sem resposta.
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Tudo eu.
"Não sou traidor, nem traído." "Sou é fiel, não sou de delatar ninguém.", afirmou Delúbio. E continou assumindo, sozinho, a responsabilidade do caixa 2, do PT.
Gente fina é outra coisa
A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) disse à CPMI não entender por que os sócios da cervejaria Schincariol, acusados por crimes semelhantes aos que teriam sido cometidos pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, (sonegação fiscal e evasão de divisas), foram imediatamente indiciados pela Polícia Federal, enquanto a mesma providência ainda não foi tomada contra o ex-tesoureiro do PT. "O senhor é um homem muito importante. O presidente Lula gosta muito do senhor", afirmou Zulaiê.
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Isso é Paradoxal
Delúbio lembrou-se de que no Maranhão o PT tem poucas prefeituras, e que o diretório só tem uma secretaria. Lembrou-se até de que ela é muito dinâmica etc. (coisas triviais); mas não consegue se lembrar de qalquer valor (alto ou baixo) nem os nomes dos que receberam dinheiro que, segundo Valério, era Delúbio quem autorizava.
Continuou assumindo somente o "dinheiro não contabilizado". O resto não sabe, não se lembra, não viu.
Quem sabe se as perguntas fossem sobre Filosofia Quântica?
Isso é coerência
Pressionado mais uma vez, quando perguntado se o PL, de Valdemar Costa Neto, recebeu 10 ou 6 milhões, Delúbio disse não saber, e nada refrescava sua memória. Decididamente, o professor de matemática e ex-tesoureiro não é bom com números (e nomes). Não citou nomes nem valores distribuídos pelo valerioduto. Isto é coerência. Afinal, ele mesmo avisou que não é de delatar ninguém!
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Acredite, se puder
Deputado Moroni perguntou inúmeras vezes (mais de 12), inclusive com reforço do Presidente da CPI, que repetiu a pergunta, clara e objetivamente: "Quem sentou com Vossa Senhoria para decidir quanto seria pago formalmente e quanto seria pago informalmente a Duda Mendonça? Delúbio dava piruetas, voltas e mais voltas. Falava dos diretórios municipais e estaduais.... que em 2002.... em 2003... irritou mais uma vez o deputado. Depois, de 5 minutos de insistência disse: "por causa das dívidas das campanhas de 2003, nós resolvemos pagar..." Nesse instante o deputado, atento, interpelou: "Então não foi V. Sª sozinho?". "Fui eu sozinho.", depois de um bate-boca, pressiona o deputado: "Mas o senhor acabou de dizer "nós". "Foi erro de linguagem.", disse Delúbio, para consertar o "erro de linguagem".
Contradição notória, clara, real, verídica, caracterizada, indiscutível, comprometedora, lógica, irrefutável, mas...
Frase do Deputado Morroni Torgan (PFL-CE), membro da CPI do Mensalão, ao responder um reporter da rádio CBN, sobre depoimento de Delúbio Soares: - "É de alguém querendo fazer todo mundo de bobo."
Já o Deputado (suplente) Tarcísio Perindi, depois de algumas breves perguntas disse a Delúbio:
"O senhor veio aqui para mentir."
E continue acreditando, se puder
Um Senador perguntou a Delúbio:
- O sr. é amigo do Lula?
Delúbio:
- Eu fui coordenador da campanha...
O Deputado (interrompendo):
- Sim ou não?
Delúbio:
- Tem que perguntar ao Presidente se ele é meu amigo
Sem comentários.
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O mar não tá pra peixe (pequeno)
Delúbio disse que sua situação é difícil, assim como a de Marcos Valério.
Isso porque os dois foram capazes de levantar mais de 40 milhões em empréstimos. Imaginem para nós que, se quisermos levantar 2 ou 3 mil, temos de apresentar: comprovante de renda; fiador; comprovante de endereço; nome limpo no SERASA e no SPC, e a prestação não pode comprometer mais que 30% do salário bruto. Ôh! Dificuldade dura e boa!
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Mistérios
Um dos deputados, membros da CPI, ponderou: "Como um professor de matemática, com salário e patrimônio baixo, foi aceito como fiador para empréstimos de 40 milhões?". Não teve resposta.
Perguntado por que Duda Mendonça recebeu, em conta do exterior, dinheiro pago por Valério, Delúbio respondeu: "Duda e Valério é que têm que esclarecer."
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Vergonha
Deputado Devair (PT): "Me sinto envergonhado por ser deputado. Quando entro num avião retiro este broche."
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Máquina de Corrupção
Nos últimos quinze anos, os custos das campanhas eleitorais brasileiras aumentaram em proporção extraordinária. Hoje, elas não só figuram entre as mais caras do mundo como ultrapassam, em muito, os gastos com eleições nos EUA.
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