ÚLCERAS DE PRESSÃO
As úlceras de pressão também denominadas úlceras de decúbito (do latim "decumbere"=deitar, daí a ser um nome inadequado, porque inclui apenas um tipo de causa) ou escaras. Com todo avanço da medicina permanecem como um problema atual, mesmo nos países mais desenvolvidos, apesar de ser um problema médico antigo, pois foram encontrados indícios delas até em múmias egípcias (Thomson-Rowling J - Pathological Change in Mummies - Proc R Soc Med 1961; 54:409-15 = Op. Cit. by R K Vohra in BMJ).
Como ocorrem
Ocorrem basicamente em pessoas que não podem modificar sua posição em intervalos de tempo regulares, (ideal em torno de 2 em 2 horas) criando áreas de pressão prolongada nas regiões de apoio onde o fluxo sangüineo local fica reduzido levando à isquemia e necrose (morte de tecidos). Por exemplo, em casos de trauma medular, durante a fase de choque medular ocorre alteração dos reflexos vasomotores juntamente com a redução da resposta orgânica aos efeitos isquemiantes da pressão, e ainda, soma-se a estes fatores a estase venosa local que também contribui para a isquemia ainda agravada pela dificuldade de mobilização que permite compressão prolongada localizada (pelo próprio peso do indivíduo) podendo evoluir até a necrose dos tecidos.
Uma vez instalada a isquemia a lesão final varia conforme a profundidade atingida, nos graus de I (o mais superficial) a IV (mais profundo).
O tratamento
O melhor tratamento é a prevenção através de mudanças na posição, fiscalização visual da integridade da pele nas pessoas com alteração de sensibilidade, uso de suportes e artefatos que minimizam os efeitos da pressão local ou equipamentos especiais como a cama tipo clinitron.
As lesões na região da cintura pélvica respondem por 75%, onde as Ulceras de Pressão são a grande maioria. Uma vez instalada a isquemia a lesão final varia conforme a profundidade atingida (níveis de I a IV).
O tratamento varia de acordo com localização, o tempo de evulução, a idade, as doenças associadas, o quadro clínico geral, o estado nutricional e a profundidade das lesões e inclui uso de:
medidas locais:
(hidratantes, nutritivos, antibióticos, curativos, ...)
medidas sistêmicas:
(uso de antibióticos, analgésicos, proteínas, vitaminas, sais minerais...), ou até a necessidade de cirurgias: (desbridamentos, enxertos, retalhos...) para corrigir a lesão no momento oportuno mediante várias opções e técnicas cirúrgicas conforme cada caso).
O custo e o risco destas lesões são significativos. Tentar prevenir é um esforço fundamental e importante.
Colaboração do Dr. Edison Ramos Martins
Cir. Plástico
Membro da SBCP)