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 Rampa Médica - Artigos

LEPTOSPIROSE
Colaboração: Dr. Robinson Botelho de Faria*

Leptospirose é um termo aplicado à doença causada por todas as leptospiras, sem considerar o tipo específico das mesmas. Leptospiras são parasitas delgados e em forma de espiral, que infectam habitualmente ratos ou outros animais, e que podem vir a infectar o homem. Cada animal ou hospedeiro, possui um tipo diferente de leptospira como parasita. Acreditas-se que a leptospirose constitui a zoonose (doença de animal) mais disseminado no mundo. Não é uma doença comum em seres humanos e sua ocorrência é incidental, o parasita não precisa do homem para completar o seu ciclo de vida.

Nos animais a infecção pode variar desde doença inaparente até a forma de doença grave e fatal. O estado do portador (animal contaminado mas não doente) no qual o hospedeiro pode verter leptosespiras em sua urina durante meses ou anos, pode desenvolver-se em diversos animais.

A sobrevivência das leptosespiras na natureza é ditada por fatores que incluem o ph (nível de acidez) da urina do animal. O ph do solo ou da água na qual elas são espalhadas, e a temperatura ambiental. A maioria das leptosespiras presentes no solo em "poças de urina", são nocivas por 6 a 48 horas. Em condições muito favoráveis podem sobreviver por muitas semanas.

As infecções em seres humanos podem ocorrer tanto por contato direto com a urina, quanto pelo contato indireto através de água, solo e vegetação contaminada. As portas habituais em seres humanos são abrasões na pelo e também pelas mucosas oral, nasal e conjuntival, quando expostas. Tem sido questionado o conceito de que os organismos poderiam penetrar através da pelo intacta.

A doença desenvolve-se, em média, de dez dias após a exposição à leptosespira. Podemos encontrar várias manifestações clinicas:
• dor de cabeça;
• dor muscular intensa na maioria dos pacientes (principalmente musculatura de membros inferiores);
• febre importante;
• vômitos;
• complicações pulmonares

E nas formas graves:
• anemia;
• hemorragias;
• insuficiência renal;
• distúrbios da consciência e até menigite;
• insuficiência hepática;
• icterícia (em que a pele fica impregnada de bile);
• e, por fim, a morte.

Normalmente há convalescência após um mês. O tratamento é feito com antibióticos e cuidados específicos para as complicações. A taxa de mortalidade é de aproximadamente 7%.

Enchentes no verão são muito propícias para o desenvolvimento desta doença. E, agora, você tem mais um motivo para querer evitá-la.

Exija das autoridades as limpezas de bueiros e terrenos abandonados. Mas, também, faça a sua parte, ensine a pessoa que descarta lixo de forma incorreta, que ela pode estar alimentando o rato que vai contaminar a sua própria família.


*Dr. Robinson Botelho de Faria é
Cirurgião Torácico do Hospital Souza Aguiar (R.J.).
Produz e apresenta o "Programa Falando de Saúde",
veiculado em várias rádios comunitárias do Estado do Rio de Janeiro.



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