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 Rampa Médica - Artigos

COLECISTITE AGUDA
Colaboração: Dr. Robinson Botelho de Faria*

O que é?
A colecistite aguda é uma inflamação bacteriana ou química da vesícula, que se não for tratada adequadamente, pode acarretar infecção de todo o abdômen, e até a morte. Como quase todos sabem, a vesícula é um pequeno "reservatório" abaixo do fígado, e que concentra a bile, secreção que auxilia na digestão dos alimentos (gorduras) e que é produzida pelo fígado. Em mais ou menos 95% dos casos, os cálculos (pedras) estão presentes na vesícula (colecistite calculosa) e em 5% delas não estão (colestite acalculosa). Esta última forma ocorre em pacientes graves e em traumatizados.

Vários fatores predispõem à formação de cálculos, dentre estes, fatores genéticos, idade, sexo, multiparidade, obesidade e dieta, efeitos de medicamentos e certas doenças. Todos o indícios são de que a doença calculosa é multifatorial, com fatores hepáticos e vesiculares, que combinados promovem circunstâncias químicas e físicas para a cristalização e crescimento dos cálculos. O cálculo de vesícula predomina nas mulheres, na proporção de 4:1 e está mais freqüente nas mulheres jovens devido ao uso de anticoncepcionais. Metade dos casos são assintomáticos por longos períodos.

A combinação de irritantes químicos e a oclusão do canal de esvaziamento da vesícula pelo cálculo, parecem ser responsáveis pela inflamação aguda da vesícula. Persistindo a inflamação ocorre a proliferação de bactérias, que é a causa da maioria das complicações e morte.

Os sintomas são:
• dor;
• náuseas;
• vômitos e febre.

A dor se localiza principalmente abaixo das costelas direitas; tem início súbito, com freqüência após a ingestão de alimentos gordurosos. É contínua quando de natureza inflamatória, ou em cólica quando associada à obstrução.

Diagnóstico:
O diagnostico é feito pela história clínica, exame físico, e o melhor exame complementar é o ultra-som.

A doença sem tratamento pode evoluir com perfurações, abscessos, gangrena e morte.

Tratamento:
O tratamento é realizado com a internação do paciente, suporte clínico inicial e cirurgia imediata apenas na vigência de complicações. Quando não há complicações, e o tratamento clínico deixa o paciente assintomático, este recebe alta hospitalar, devendo retornar ao hospital para cirurgia após 6 a 8 semanas. Normalmente esperamos esse tempo para que a vesícula não esteja mais inflamada no momento da sua ressecção, o que poderia acarretar mais complicações no pós-operatório. A cirurgia pode ser aberta e preferencialmente por vídeo.

É importante que as pessoas saibam que uma vez indicada a cirurgia, devem realizar o procedimento o quanto antes, porque a colecistite irá acontecer novamente, e algumas vezes o tratamento acontecerá com o paciente mais velho, ou terá que ser realizado de urgência, com chances muito maiores de complicações.


*Dr. Robinson Botelho de Faria é
Cirurgião Torácico do Hospital Souza Aguiar (R.J.).
Produz e apresenta o "Programa Falando de Saúde",
veiculado em várias rádios comunitárias do Estado do Rio de Janeiro.



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