Passou agosto, aconteceram os jogos Parapan-Americanos com seus prós (na verdade bem significativos) e os contras, sejam eles de ordens gerenciais, por conta da pouca divulgação e principalmente os problemas das informações truncadas; e aí logo depois tivemos também o dia vinte e um de setembro sob a referência comemorativa do ''Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência'' - nesse mesmo dia vi numa matéria da televisão: ''...bem pouca coisa a se comemorar.

É isso, passa o ano, vem outro, as datas se repetem, os eventos vão tomando o calendário...; e os resultados também passam. Quando bons, parecem rapidamente esquecidos; quando ruins parecem bisonhamente esquecidos também - por não aprendermos com os erros.

Por exemplo: estava eu, ainda hoje vendo ‘in loco’ a ''Copa Mundial de Futebol de Sete'', - você sabia que estava acontecendo? Pois é, acho que não! Pois estávamos lá, eu e mais alguns ‘gatos pingados’ torcendo pelo BRASIL - se não fosse a presença de duas escolas com algumas crianças e mais o staff voluntariado da competição - chega a ser constrangedor não só para a nossa imagem ''patriota'', mas para a de todo o país. Afinal, recebemos em eventos como esse, a participação de outras nações.

Chego em minha residência, procuro nos jornais e raramente encontro uma notinha sequer sobre o evento. Como? É um campeonato mundial?! Ligo a televisão, vasculhando os canais, e nada também! - Caramba! Será que nós Pessoas com Deficiência, existimos mesmo?!

Todavia pagamos impostos, temos família que consome, trabalhamos quando nos deixam.

Na verdade, trata-se de uma questão de interesses (e desinteresses). Infelizmente, a verdade ‘nua e crua’ é que quando temos a deficiência envolvida na questão do ser humano, e a exposição social, a tendência é passar despercebida ou fazer às pressas, de qualquer maneira, para acabar logo e voltarem a casa. Para não dar notoriedade a quem deveria continuar EXCLUÍDO. - É a famosa política do: qualquer coisa ta bom!

Mas a gente vai assim, na teimosia, na indicação que, queremos, devemos e podemos, e que também temos o direito de um lugar ao sol.

Por isso, aos trancos, os eventos vão acontecendo. Por isso, as datas são marcadas e repetidas.

Teremos agora em três de dezembro mais um: ''Dia Internacional da Pessoa com Deficiência'', e vamos ver se as passeatas e aparições serão para celebrar (as melhorias), ou para mais uma vez observarmos que temos ''pouca coisa a falar''.

- Ainda bem que não é com você!

Será que não?

Vai pensando...