O Carnaval Também é para Todos
Por Jefferson Maia
Sabemos que inúmeras transformações sociais aconteceram no fim do século passado, da sua transição, e progredindo em escala para a presente data. Num breve olhar, podemos notar que a história nos mostra com clareza que pessoas com DEFICIÊNCIA, em sua maioria, viviam isoladas de uma vida comum e digna. Á despeito do carnaval, eram raras as pessoas com deficiência - PPD, que se aventuravam ir além do assistir na televisão ao desfile das escolas de samba, pois não podiam sequer sair às ruas. Isso era o reflexo de uma vida de segregação social, onde para quem quase nem saía de casa era ainda mais impraticável pensar em participar do carnaval.
E era assim que acontecia, quando apenas alguns raros aventureiros timidamente ousavam desfilar no carnaval; passando por várias barreiras do tipo: - ''cadeira de rodas vai atrapalhar'', ''fica feio'' e até a ''justificativa bisonha'' que ainda reza no manual do julgador: que ''quatro rodas é alegoria'' e por isso...'' Parece mentira, mas isso acontece ainda hoje.
Graças a Deus hoje as coisas vêm mudando para melhor, em toda a sociedade e para TODOS.
Sabemos que, num belo e pioneiro exemplo, a GRES TRADIÇÃO começou com a inclusão no desfile do Sambódromo do Rio de Janeiro com uma ala adaptada no carnaval de 1997, ainda no grupo de acesso com o enredo Balangandãs. Saiu vitoriosa com a efetivação da primeira ala DIRIGIDA e composta por pessoas com deficiência em sua maioria. A escola estava ousando, indo contra o inconsciente coletivo, onde se alojam os piores PRECONCEITOS com nossa própria espécie.
Carnaval de 2005, a GRES Portela veio nessa com a abertura de uma ala embrionária com dez cadeirantes e dez passistas, que desempenharam um bom desfile com garra e animação, apesar das intercorrências outras que, de certa forma, prejudicaram a agremiação. Mas, felizmente a ala conquistou seu espaço e terá continuidade no carnaval de 2006.
Veremos agora como serão as coisas daqui para adiante nas outras escolas. Pois, só sei que da avenida não saio mais, e nessa você também pode ir.
27 / 11 / 05
Jefferson Maia