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O Alvo



Por Jefferson Maia

Quem realmente se considera uma pessoa totalmente independente das outras? Quem consegue não solicitar algum tipo de ajuda quando é preciso? Alguém consegue viver só o tempo todo??? Perguntas como essas nos fazem ver, que independente no verdadeiro sentido da palavra, ninguém é. Mas nos conforta, e confunde, ter esta falsa sensação algo assim como: "Eu posso tudo"; claro que podemos realmente, com nossas condições e características diferentes, fazer algumas coisas sozinhos, diria até que quase tudo para algumas pessoas que dispõem de vontade, e a consciência de que na necessidade, pode-se contar com auxílio de outro se necessário for.

Os Centros de Vida Independente, baseiam-se na filosofia de uma vida com autonomia para a PPD, mesmo dependendo de terceiros para gerir a mesma, e exercer esta independência de forma plena e satisfatória Todos que conhecem o CVI sabem disso. Cada vez mais o fortalecimento do indivíduo vem se evidenciando por esta certeza, de que se ninguém é auto-suficiente, como começou a abordagem generalizada do início do texto, torna-se lógico então, que a pessoa portadora de qualquer limitação ou diferença, pode e deve ter sua auto estima elevada em situação de igualdade com qualquer pessoa, para poder usar sua necessidade com discernimento e desinibição para pedir ajuda na hora certa, já que vivemos em coletivo.

Sempre me preocupei muito na minha limitação física, não com o suporte dos outros, mas com o cuidado para não me tornar "dependente da minha dependência", pode parecer até trocadilho, mas é o que sempre chamei de dependência alvo, a pior coisa para qualquer um na situação de precisar de algo, e ficar condicionado a uma determinada pessoa, depender todo o tempo de um só, isso é realmente limitante (só com meu irmão, mãe, acompanhante, etc...), não quero dizer com isso, para não se criar vínculos com determinadas pessoas, isso é bom, e até nos dá conforto eu sei. Um relacionamento meio simbiótico e de parceria entre ajudante e ajudado, dá confiança e é ótimo para qualquer auto estima. O que quero dizer é que se estamos na companhia de alguém, nada melhor para qualquer relação, do que um escape de vez em quando. Se permitir às vezes desafogar, a si mesmo e a quem nos ajuda só pode nos trazer segurança, e a certeza de que aí sim eu quero e posso.

Jefferson Maia


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