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Adaptações



Por Jefferson Maia

Não vou me adaptar! Não. Não vou me adaptar! Sem querer plagiar os Titãs com seu refrão musical, até mesmo por ser uma expressão de domínio público, mas é o que muita gente imagina ao se deparar com situações inusitadas. Ledo engano. Todos nós temos uma capacidade enorme de virar a situação do "jogo", em qualquer momento e ainda tirar algum proveito disso. Afinal já nascemos nos adaptando, mudando de um ambiente para outro ao botar a cara neste mundo. Dá-se aí o início de tudo. Adaptamo-nos com artefatos e utensílios desde os primeiros contatos em nossas vidas. E com a vida em grupo no período colegial, só para readaptar-nos depois com a nova turma no início de mais um ano letivo; ou o novo trabalho na fase adulta.

Na verdade, cronologicamente falando, já vínhamos a nos adaptar quando em nossa evolução almejamos um posicionamento bípede, mudando assim nosso relacionamento com o ambiente, a cata de necessidades e desejos.

Aí, quando se pensa ser o ícone da perfeição e estar adaptado a tudo, algo acontece. Chega o caos, algum fator de mudança: - Perdi essa tal de verticalidade, a tão duras penas conquistada e com ela a locomoção desenvolvida nas pernas e tida como padrão! - Perdi um pedaço de mim, parte essa indispensável no meu conjunto corporal tão completo! Ou então a visão, assim como qualquer outro de meus sentidos. O que fazer de minha relação com o meio??? Só um substantivo pode nos salvar com uma resposta imediata: "Adaptação".

Claro que podemos adaptar nosso processo de vida e readaptá-lo quantas vezes for necessário. Podemos lançar mão de objetos especiais, verdadeiras adaptações para o nosso dia a dia de coisas a fazer, ou até mesmo andar por aí em uma cadeira de rodas, verdadeira adaptação locomotora de nosso caminhar diferenciado. O mais difícil as vezes (infelizmente), é adaptar a aceitação do outro e a nossa também, a uma nova forma, um novo modelo, desvinculado de padrões de normalidade e conceitos. Chega a ser incômodo para alguns o fazer e ser diferente.

A desparalização, algo que mexe com a cabeça de muita gente que não dá conta de sua inércia.

E daí!! Já que posso vou usar e abusar de adaptações que facilitem e possibilitem qualquer coisa. Para que se possa até abrir mão da mesma, quando quiser, em um novo momento ou movimento.

Adaptemo-nos então sem receio, conosco, com a vida e o diferente, ou com qualquer outra transformação necessária para facilitar verdadeiramente nosso processo evolutivo, sempre.

22/ 08/ 99
Jefferson Maia


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