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Final de Campeonato

Por Jefferson Maia

Final de semana, final de campeonato e fim de paciência também. Pois é isso, parece que o limite está no fim, e isso é muito bom! Vejamos por quê:

É que tivemos aqui no Rio, no Maracanã, a final da taça Guanabara, que por sinal tivemos mais uma vez a vitória do meu mengão..., mas, mesmo gostando muito de futebol, e até o título sendo essa temática, não é bem sobre isso que eu quero puxar à baila dessa vez.

Bom, o momento foi propício, muita gente chegando ao estádio, e por isso um indivíduo com deficiência, usuário de cadeira de rodas, mobilizou outros e pronto, lá estava o manifesto organizado. Tudo por conta de um estádio recém reformado para um evento internacional, os jogos pan-americanos. Mas e a questão da acessibilidade? Será que foi considerada nessa reforma?

A resposta veio aí, aflorada nesta manifestação ocorrida agora nesta final. O Maracanã foi mexido, renovado e as pessoas com deficiência continuaram relegadas a segundo plano, talvez terceiro, quem sabe décimo ou até plano nenhum. É isso mesmo, plano nenhum, porque só quem usa cadeira de rodas sabe como é ruim não conseguir ver os melhores lances quando todos levantam e ficam de pé na nossa frente; ou ainda outras deficiências, todas com a total insegurança em meio a multidão. Aí eles dizem: - se não quer tumulto não vai lá! É mole né..., exclusão é isso, nega-se o acesso ao meio público, deixa-se inseguro, e convence que e melhor ficar em casa. E a vida passa..., se a gente deixar, bem do nosso lado e nem percebemos.

Mas, contra toda essa pressão o movimento de luta está aí, reivindicando acesso, melhorias, qualidade de vida..., inclusão é isso, o pessoal participa, corre atrás, exige o que é de direito. E a vida vai passando conosco, tudo junto, no ‘mesmo barco’.

Só que o melhor nessa história toda é que esse manifesto foi desencadeado por um único indivíduo, um sujeito que cansado de ir ‘assistir’ aos jogos e não ver quase nada, não esperou que uma entidade de pessoas com deficiência viesse fazer seu papel, ele mesmo o fez. Com simplicidade e maestria chamou um e outro e associações também vieram; e até a imprensa veio conferir - eu vi na TV.

No final o que ficou foi que as pessoas com deficiência, não querem mais ‘qualquer-coisa’, ninguém mais quer deixar a vida passar sem participar.

Hoje, graças a muita gente que ‘brigou’ por inclusão nos tempos mais difíceis do movimento de luta, as coisas estão melhorando. Não só no sentido do que já conseguimos, mas no que temos condição de pleitear como qualquer indivíduo.

E mesmo com Maracanã ainda deixando a desejar entre tantas outras necessidades para a nossa melhoria em qualidade de vida o Flamengo ganhou o título. Mas, com certeza mesmo sem sabermos o resultado a gente ainda vai sair ganhando.

Parabéns aos que lá estiveram e um abração rubro-negro galera.

Jefferson Maia
26 / 02 / 08



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