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Psicologia

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Hábitos e Costumes em Família

Nascemos totalmente dependentes e irresponsáveis, e da nossa relação com o meio ambiente poderemos ou não sermos capazes de lutar e conquistarmos um lugar digno na sociedade. A criança aprende de forma mais rápida e objetiva tudo aquilo que vivencia no seu dia-a-dia. Alguns hábitos de conduta são passados de geração em geração, às vezes pelo simples comentário de um dos pais sobre o seu passado. Alguns costumes são mantidos dentro da família como forma de "educação" e alguns vícios são copiados pelos filhos que precisam quase sempre de exemplos dados pelos pais. O uso da chupeta pode começar como um "costume" daquela família, depois acaba se transformando num hábito e finalmente quando se percebe já tornou-se um "VÍCIO", o que torna muito complicado a sua retirada no momento adequado (por volta de 01 ano de idade, conforme o caso).

O bebê pode precisar da chupeta porque ele ainda não fala bem, está começando a descobrir o mundo dos adultos etc... Já uma criança dispõe de outras alternativas atraentes que poderão tranqüilizá-la, e que não a torne dependente de um objeto. A chupeta pode ser comparada à uma "muleta" que serve como amparo passageiro para quem precisa. O hábito de assistir TV, na cama, poderá se transformar num vício para uma criança que tenha dificuldade para dormir. A noite deve ser reservada para atividades que exerçam pouca excitabilidade do sistema nervoso, com uma alimentação leve e horários regulares para se dormir, e isto deveria valer para todos da família. Por isso não é conveniente jogar vídeo game ou estudar em excesso no período da noite.

A criança que está sempre mentindo tem dificuldade de enfrentar a realidade, e o vício da mentira pode se tornar a sua pseudo proteção. A família deve permitir que a criança fale de seus sentimentos, daquilo que gosta ou não, mesmo quando a crítica é referente aos próprios pais, deve ouvi-la. A mentira também pode estar relacionada com a forma de disciplina adotada em casa, ou seja, se por exemplo, o bater é o mais comum numa determinada família, a criança pode mentir por medo, para não apanhar. Por outro lado, se os pais também vivem se acusando de mentirosos, é claro que a criança achará que mentir é normal.

A retirada da fralda na criança é outro marco importante na busca de sua independência frente ao ambiente, no entanto existe o momento certo e as atitudes que podem ou não facilitar este processo. O treino para a retirada das fraldas deverá ter início assim que ela já estiver andando (firmeza nas pernas) e, de preferência, falando algumas palavras, até para poder pedir o auxílio na ida ao banheiro. É claro que no começo, algumas vezes, tal iniciativa falhará, e será preciso paciência para não deixar a criança nervosa e com medo de errar. O xixi na cama após os 04 anos de idade (enurese noturna) deverá ser consultado a qualquer Psicólogo, que saberá orientar os pais a como procederem (cada caso é um caso) e, normalmente, é possível curar este hábito. Agora, achar que só porque o pai ou a mãe também fez xixi na cama, até determinada idade, é normal, é um erro que poderá influenciar no comportamento da criança. Também o hábito de evacuar todos os dias deverá ser constantemente lembrado em família, pois a prisão de ventre poderá tornar a criança mais agressiva, ou instável de humor, até mesmo egoísta em alguns casos.

Bons costumes devem ser sempre ensinados à criança desde muito cedo, principalmente quando se trata de educação, higiene e respeito ao próximo. Precisamos ser amigos de nossos filhos para que eles construam sólidas amizades fora de casa, precisamos elogiar as suas atitudes de iniciativa para que eles saibam decidir conscientemente sobre o que será melhor para a vida deles, e não apenas seguir o que os outros colegas pensam. Precisamos ser organizados para que eles aprendam a importância da organização. Precisamos acreditar sempre num futuro melhor para que eles busquem tornar este futuro uma realidade sadia para eles próprios.

A busca da independência de atitudes, da tão sonhada autonomia, passa por estes vestibulares familiares.


(Ney Gonçalves Antunes * CRP 11270/RJ)




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